O conflito e o stress no meio organizacional
Comunicamos para nos fazermos entender, para persuadir, convencer e ganhar a confiança dos outros, para nos adaptarmos ao interlocutor e criarmos rapport, para evitar mal-entendidos, gerir conflitos, para criar harmonia e fomentar o respeito.
Todos sabemos que a comunicação é a nossa base fundamental, é ela que que permite às pessoas relacionarem-se. Um bom relacionamento interpessoal, reflete o bom funcionamento intrapessoal. Se enquanto ser humano estivermos bem resolvidos a nível pessoal e profissional, as nossas relações exteriores tendem a ser melhores, mas o contrário também acontece, especialmente nas organizações/empresas, sendo aqui que passamos a maior parte do nosso tempo. A comunicação, que se parece com algo muito simples, é bastante complexo, e quando existe dificuldade em utilizá-la adequadamente, pode gerar-se conflitos.
A nível organizacional, existem 5 grandes origens para o conflito de comunicação: a má comunicação entre pares, a ambiguidade de papeis, as diferenças estruturais, os objetivos concorrentes, mas também as diferenças pessoais.
Contudo, é possível tirar partido dos conflitos e gerar situações de crescimento, mudanças e melhorias para os indivíduos ou grupos envolvidos, e para a organização. Para que isto aconteça é fundamental que os conflitos sejam bem geridos ou administrados.
Os conflitos não resolvidos, têm consequências muito pesadas no ambiente organizacional, uma vez que podem levar a uma redução da produtividade e afetar a lucratividade e rentabilidade da empresa. Um conflito que é ignorado ou reprimido terá tendência a desenvolver-se ainda mais. Por sua vez, um conflito que é identificado e resolvido atempadamente, pode transformar-se numa força positiva, capaz de mudar hábitos e promover a motivação dos colaboradores e a produtividade da equipa e, em última instância, da própria empresa.
Debruçando sobre o stress, sendo este um dos principais âmbitos de preocupação das sociedades mais industrializadas, as organizações devem incluir a gestão do stress na definição da sua estratégia, visto que os fatores a ele associados influenciam diretamente os níveis de produtividade e o sucesso das empresas.
Quase 1 em cada 4 trabalhadores é afetado pelo stress.
50% a 60% da totalidade dos dias de trabalho perdidos são atribuídos ao stress relacionado com o trabalho e aos riscos psicossociais.
OSHA (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho)
A prevenção do stress relacionado com o trabalho implica um envolvimento ativo e dinâmico quer da entidade empregadora quer dos trabalhadores e seus representantes. Podemos adquirir algumas estratégias no combate ao stress organizacional, tais como, dar tempo suficiente para a realização das tarefas, recompensar o trabalho bem realizado, valorizar as sugestões e as queixas dos colaboradores, harmonizar a responsabilidade, tal como a autoridade, identificar em conjunto e de modo claro os objetivos e valores da empresa, promover a tolerância, a segurança e a justiça.
Tendo uma real perceção dos graves problemas que o stress pode causar, não só aos colaboradores, mas à empresa, é fundamental implementar medidas para o reduzir, tais como, quando possível ter horários e locais de trabalho flexíveis, fornecer a possibilidade de aprendizagem, incentivo comum a praticas saudáveis em conjunto.
Todas estas estratégias devem procurar melhorar o conteúdo e a organização das tarefas, controlar as mudanças na situação do trabalho, saúde dos colaboradores e as suas relações, sensibilizar, informar e educar.
A gestão do stress constitui não só uma obrigação moral e um bom investimento para as entidades empregadoras, como também um imperativo legal estabelecido em normativos comunitários e nacionais, a par de riscos como o assédio ou a violência no trabalho.