Implementar o ESG dentro do planeamento estratégico: ative a sustentabilidade da sua PME

 

Num mercado cada vez mais competitivo e consciente, a incorporação de critérios ESG no planeamento estratégico deixou de ser apenas uma tendência – tornou-se uma necessidade. Gerir os riscos e as oportunidades associadas à sustentabilidade é, cada vez mais, fundamental para a sobrevivência e competitividade das empresas. Com um plano estruturado e ações práticas, é possível integrar os pilares ESG na estratégia da sua empresa, transformando compromissos em resultados tangíveis.

A SCORING tem como missão aumentar a confiança nos negócios e empresas, contribuindo para a criação de valor sustentável. Para isso, adotamos uma visão integrada da sustentabilidade, onde a sustentabilidade financeira caminha lado a lado com a sustentabilidade ESG.

O nosso trajeto começou com a criação de uma certificação financeira que distingue as melhores PME, gerando confiança e reconhecendo o mérito das empresas que alcançam este estatuto. Complementando essa abordagem, desenvolvemos um programa de consultoria e formação para fortalecer a resiliência financeira e de gestão das empresas. Hoje, temos o orgulho de apoiar cerca de 5000 empresas clientes, promovendo o crescimento sustentável e a excelência empresarial.

As empresas certificadas relatam sentir um aumento na motivação das suas equipas e um maior potencial para impulsionar as vendas. Mais recentemente, lançámos um programa de consultoria e formação na área da sustentabilidade e ESG, focado em ajudar as empresas a identificar riscos e oportunidades, fortalecendo a confiança tanto nas organizações quanto nas pessoas.

Além disso, conduzimos o primeiro barómetro empresarial, “As perspetivas das PME para 2023”, que analisou temas como a dinâmica dos negócios, inovação, emprego, fundos comunitários, ESG, transformação digital e inflação, entre outros indicadores. Com a participação de cerca de 550 empresas, os resultados indicaram um otimismo moderado em relação ao seu futuro na sustentabilidade, destacando desafios em áreas que já podíamos antever: exportação, transformação digital e práticas sustentáveis.

Recentemente, percorremos o país realizando sessões de focus groups com alguns dos nossos clientes. Essas interações revelaram que, embora estejam conscientes da importância da sustentabilidade, as PME ainda têm um longo caminho a percorrer nesta jornada. E, sobretudo, desconhecem como fazer, onde começar e quem os pode ajudar.

As PME são mais desfavorecidas na sustentabilidade por terem menos recursos financeiros?

Vários estudos académicos não conseguiram comprovar que os investimentos em sustentabilidade, por si só, conduzem a uma maior performance financeira. Contudo, o oposto foi claramente evidenciado: as empresas mais sustentáveis, e com melhores condições financeiras, são aquelas que mais investem em sustentabilidade.

Este resultado parece empiricamente prático. Empresas com maiores recursos têm menos preocupações operacionais imediatas, como assegurar o pagamento de salários ou liquidar dívidas. Em vez disso, podem alocar recursos humanos e financeiros para estratégias de longo prazo, incluindo iniciativas de sustentabilidade, reforçando ainda mais a sua posição competitiva e o seu compromisso com práticas responsáveis.

As empresas com maior pressão financeira tendem a priorizar necessidades imediatas, focando-se quase exclusivamente no curto prazo. Para as PME, essa realidade é ainda mais desafiadora e frequentemente crónica, devido à escassez de recursos. Muitas vezes, uma única pessoa acumula responsabilidades que, idealmente, seriam distribuídas por três, por exemplo.

Por isso, é essencial abordar estas empresas com uma perspetiva adaptada, proporcionando-lhes apoio em programas de sustentabilidade que sejam realistas e alinhados com a sua capacidade operacional. As soluções devem ser práticas, implementáveis com os recursos disponíveis e capazes de gerar resultados percetíveis num curto espaço de tempo, para que estas empresas possam iniciar a sua jornada sustentável sem comprometer a sua sobrevivência diária.

A implementação de práticas de sustentabilidade nas empresas, especialmente nas PME, enfrenta diversos obstáculos. O maior deles é, provavelmente, a falta de transparência e a ausência de uma divulgação clara sobre as práticas “sustentáveis” – ou não sustentáveis – adotadas pelas empresas. Outra lacuna significativa é a falta de preparação das organizações no que toca à sustentabilidade. Durante décadas, as empresas foram treinadas para desenvolver estratégias de gestão e crescimento, mas raramente para integrar uma estratégia de sustentabilidade. Por fim, destaca-se a falta de urgência com que as empresas encaram esta temática. Apesar de a sustentabilidade ser uma questão crítica e “urgentíssima”, muitas empresas continuam a adiar decisões importantes. Essa procrastinação é frequentemente alimentada por uma visão egocêntrica, em que acreditam que a sua condição específica não afetará o todo, ignorando a interconexão global das suas ações.

Programa PME+ Sustentável

O programa PME+ Sustentável é uma solução chave na mão, com uma abordagem de “A a Z”. Ao aderirem a este programa, que se apresenta como um misto de consultoria e formação, as empresas têm acesso a uma formação especializada de sensibilização para todos os envolvidos no processo, que os vai apoiar durante a Jornada de Sustentabilidade em apenas 3 passos:

  • Diagnóstico: o primeiro passo é fazer o diagnóstico, através do recurso a uma plataforma para o devido efeito, onde irá ser conduzido o trabalho da análise de cadeias de valor, a análise de stakeholders e a análise dos standards internacionais sobre o seu setor. Finalmente, para completar esta fase, será realizada a análise de dupla materialidade, cumprindo a legislação, em especial as Normas ESRS previstas na Diretiva CSRD.
  • Estratégia: feito este diagnóstico, segue-se a fase de definição estratégica, para decidir como ultrapassar os impactos, os riscos e as oportunidades que foram detetados na fase anterior. Aborda-se, também, quais os planos de ação e as medidas a tomar, bem como os objetivos específicos e respetivas métricas para posterior avaliação.
  • Reporte: finalmente, o reporte ESG que pode ser realizado, numa primeira fase, internamente ou já mesmo para os públicos externos, afirmando o compromisso da empresa com a sustentabilidade.

É, por isso, um programa com uma abordagem bastante pragmática, suportado numa plataforma digital muito objetiva e fácil de usar, que oferece às PME um panorama geral e completo com um objetivo temporal bem delineado. Assim, realizam a sua jornada para a sustentabilidade com segurança, detalhe e compreensão de todo o processo.

A Sustentabilidade nas empresas e o financiamento junto da Banca

A Comissão Europeia passou a exigir aos bancos um rácio – GAR (Green Asset Ratio) – que é calculado pela % do crédito concedido em projetos relacionados com a sustentabilidade, sobre o total de crédito concedido. O valor do GAR define a taxa de juro a aplicar a cada banco pelo Banco Central Europeu. Ou seja, bancos com um GAR elevado beneficiam de taxas mais baixas (ex: 1%), enquanto aqueles com um GAR reduzido enfrentam taxas mais altas (ex: 2%).

Para se adaptarem a esta realidade, os bancos começaram a exigir das empresas relatórios detalhados de sustentabilidade que documentem o seu histórico e práticas. Este reporte será realizado através da plataforma SIBS ESG, desenvolvida pela SIBS[1], que padroniza o processo para todas as instituições bancárias, promovendo maior uniformidade e transparência.

A SCORING estabeleceu recentemente um protocolo estratégico com a SIBS para acelerar a adoção de critérios ESG nas organizações. Este protocolo apoia a implementação da plataforma SIBS ESG, permitindo às empresas preencherem questionários padronizados que fornecem informações detalhadas ao sistema bancário sobre métricas, investimentos e iniciativas relacionadas com sustentabilidade.

Uma das principais vantagens da plataforma SIBS ESG é a simplicidade e eficiência que oferece: as empresas precisam de preencher o questionário apenas uma vez, sendo que, com o seu consentimento, os dados ficarão acessíveis a todos os bancos aderentes (praticamente todos a atuar em Portugal).

Esta abordagem promove transparência e igualdade, simplificando significativamente o processo de reporte. A celebração deste protocolo, que muito nos orgulha, posiciona a SCORING como entidade consultora e formadora preferencial na utilização desta plataforma, permitindo completar o nosso programa PME+ Sustentável. Com este novo sistema de reporte, as empresas terão a oportunidade de apresentar-se à banca com relatórios mais consistentes e completos, aumentando a sua credibilidade e capacidade de captar financiamento. Para a SIBS, “a colaboração com a SCORING irá criar sinergias que reforçam o compromisso com práticas empresariais responsáveis e transparentes, permitindo às organizações evoluir na adoção de critérios ESG e, assim, contribuírem para um futuro mais equilibrado.”

Qual a melhor altura para arrancar com a Jornada de Sustentabilidade?

Da nossa parte, temos vindo a investir e preparar para apoiar as PME neste processo, há mais de 2 anos. Consideramos que temos uma solução 360 graus, que pode ser aplicável a qualquer PME, independentemente de terem competências internas ou estarem no ponto zero.

Por parte das PME, consideramos que quanto mais cedo arrancarem, melhor. Quer tenham um motivo concreto (financiamento da banca, candidatura a incentivos públicos, pressão da cadeia de valor, etc) ou por uma afirmação de liderança, reputação da empresa e posicionamento no mercado, quanto mais cedo iniciarem a jornada para a sustentabilidade, mais rapidamente poderão aproveitar as oportunidades que a mesma proporciona ou mitigar/eliminar os riscos e os impactos negativos subjacentes.

Para além das questões relacionadas com a necessidade de uma transformação profunda, há que gerir riscos e oportunidades. E existem várias oportunidades para explorar, como por exemplo na economia circular, novas fontes de energia, na maior consciencialização de colaboradores e clientes para a sustentabilidade, etc. E muitos riscos para eliminar/mitigar, como sejam os riscos físicos, legais, de transição, reputacionais, etc. Incluir a sustentabilidade na estratégia da empresa, é sobretudo uma questão de gestão de riscos e oportunidades, e isto é fundamental à sobrevivência e competitividade das empresas.

[1] Entidade que presta serviços bancários para todos os bancos em Portugal.

 

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