Total Worker Health (TWH): uma abordagem integrada para a Saúde Física e Mental no Trabalho

 

Total Worker Health (TWH) é hoje um paradigma essencial para a promoção do bem-estar integral dos trabalhadores, abrangendo tanto a saúde física quanto a mental, no contexto laboral. Este modelo, desenvolvido pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), preconiza a integração de estratégias de prevenção de riscos ocupacionais com políticas de promoção da saúde, visando não apenas a mitigação de perigos, mas também a otimização das condições de trabalho. Neste artigo, demonstraremos como a adoção do TWH beneficia organizações de todos os setores económicos, reforçando a produtividade, a sustentabilidade empresarial e a equidade social.

A Integração da Saúde Física e Mental no Trabalho

Os estudos demonstram que empresas que investem em programas integrados de saúde e bem-estar observam uma redução significativa nas taxas de absenteísmo, menor rotatividade de pessoal, aumento da produtividade e maior satisfação dos trabalhadores. Por cada euro investido em segurança e saúde no trabalho, estima-se um retorno de 2,2 euros, refletindo-se em menor despesa com indemnizações, menor tempo de ausência por doença e maior retenção de talentos. (1) Na nossa perspetiva, o TWH transcende as abordagens tradicionais de segurança ocupacional, as quais frequentemente dissociam a saúde física da mental. A literatura contemporânea evidencia que as condições laborais adversas — como cargas excessivas, exposição a riscos ergonómicos ou ambientes psicossociais negativos — contribuem não apenas para lesões músculo-esqueléticas, mas também para distúrbios como ansiedade, depressão e burnout. (2) Defendemos que a aplicação do TWH exige a implementação de programas holísticos, tais como:

  • Avaliação e controlo de riscos físicos (ex.: ergonomia, exposição a agentes químicos);
  • Intervenções psicossociais (ex.: gestão do stress, prevenção no assédio laboral, dependências químicas);
  • Promoção de hábitos saudáveis (ex.: incentivo à atividade física, alimentação equilibrada, descanso).

Ao harmonizar estas dimensões, as organizações não apenas cumprem com as suas obrigações legais, mas também fomentam um clima organizacional propício ao envolvimento e à satisfação plena dos seus colaboradores.

O Papel das Políticas Sociais na Implementação do TWH

Nesta reflexão, queremos transmitir o nosso reconhecimento franco acerca da efetivação do TWH, que não depende apenas de iniciativas empresariais isoladas, mas também de políticas sociais robustas. Os Governos e as instituições internacionais têm um papel imperativo na regulamentação de normas laborais que assegurem ambientes de trabalho saudáveis. Por exemplo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) enfatiza a necessidade de políticas que garantam equidade, proteção social e acesso a cuidados de saúde. (3)

Na avaliação que fazemos sobre o nosso trabalho nesta matéria, destacamos que as empresas que alinham as suas práticas com estas diretrizes, não apenas reduzem os custos associados a acidentes e absentismo, mas também fortalecem a sua reputação corporativa. Além disso, a incorporação de medidas como horários flexíveis, programas de bem-estar e suporte psicológico demonstram um compromisso ético com a dignidade laboral, atraindo e retendo talentos em mercados cada vez mais competitivos.

Prevenção de Riscos e a Sustentabilidade Empresarial

Na nossa abordagem, sublinhamos que o TWH não é um custo, mas um investimento estratégico. A prevenção proativa de riscos laborais reduz significativamente despesas com indemnizações, seguros e rotatividade de pessoal. As evidências comprovam que, todo o investimento em programas de saúde ocupacional, as empresas obtêm um retorno muito significativo em ganhos de produtividade. (4)

Além disso, constatamos que setores económicos tradicionalmente mais sensíveis — como a construção civil ou a indústria transformadora — beneficiam particularmente do TWH através da adoção de tecnologias mais seguras e da capacitação dos trabalhadores. Contudo, mesmo em setores menos associados a riscos físicos, como os serviços ou o telework, a abordagem TWH é crucial para combater os desafios emergentes da era digital, tais como o sedentarismo e o isolamento social.

O TWH como Vantagem Competitiva

Em síntese, afirmamos que o Total Worker Health constitui um pilar indispensável para organizações que aspiram à excelência operacional e à responsabilidade social. Ao integrar saúde física, mental e políticas preventivas, as empresas não apenas cumprem exigências legais, como se diferenciam no mercado, elevando a qualidade de vida dos colaboradores e, consequentemente, a sua própria resiliência económica. A promoção do bem-estar integral no trabalho é, assim, não apenas uma responsabilidade ética, mas uma vantagem competitiva imprescindível para o sucesso empresarial contemporâneo.

 

Referências:

(1): Schill, A. L., & Chosewood, L. C. (2019). “The Business Case for Total Worker Health®: How Safer, Healthier Workforces Enhance Productivity and Profitability.” Journal of Occupational and Environmental Medicine61(5), e191-e197.

(2) National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH). (2021). Fundamentals of Total Worker Health® Approaches: Essential elements for advancing worker safety, health, and well-being. U.S. Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention.

(3) International Labour Organization (ILO). (2021). *World Social Protection Report 2020-22: Social Protection at the Crossroads – in pursuit of a better future

(4) Baicker, K., Cutler, D., & Song, Z. (2010). Workplace wellness programs can generate savings. Health Affairs, 29(2), 304-311.

 

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