O verde que vale ouro: bancos apostam em empresas sustentáveis

 

Vamos falar, novamente, de sustentabilidade, tema que, nos últimos anos, se tornou prioridade, inclusive para as instituições financeiras – sobretudo após a implementação da Taxonomia Europeia, um quadro que define quais as atividades económicas que são ambientalmente sustentáveis, contribuindo para um futuro mais verde. Assim, os bancos orientam, cada vez mais, os seus investimentos para projetos sustentáveis, abrindo oportunidades para as PME, mas exigindo adaptação.

O que é o Green Asset Ratio (GAR) ou Índice de Ativos Verdes?

O GAR é um indicador da União Europeia que mede a percentagem de ativos verdes no portfólio dos bancos, ou seja, os investimentos em projetos que promovem a sustentabilidade – como energias renováveis, eficiência energética ou iniciativas para reduzir a pegada de carbono. O objetivo é impulsionar os bancos para direcionar mais recursos para este tipo de financiamento e apoiar empresas que contribuam para combater as mudanças climáticas.

GAR, ESG e PME

Embora o GAR foque a componente ambiental, está intrinsecamente ligado aos critérios ESG (Environmental, Social, Governance), pois as finanças verdes envolvem também responsabilidade social e boa governança. As empresas que adotam práticas sustentáveis têm acesso a condições de financiamento mais favoráveis, já que os bancos com um GAR elevado tendem a apoiar negócios alinhados com os objetivos climáticos da UE. A integração dos critérios ESG pode resultar em taxas de juro mais baixas e acesso a produtos financeiros inovadores, como empréstimos verdes e títulos sustentáveis. Contudo, esta transformação impõe desafios: as PME que não adotam ou não comunicam claramente os seus projetos verdes podem ter dificuldades em obter financiamento.

O que as PME devem fazer para aproveitar a oportunidade?

Devem adotar práticas verdes, investir em energias renováveis, eficiência energética ou projetos de economia circular, obedecendo às exigências do GAR e facilitando o acesso ao crédito verde; devem incorporar os critérios ESG, demonstrando compromisso com responsabilidade social e boa governança para aumentar a atratividade junto a bancos e investidores; e devem comunicar o seu impacto sustentável, evidenciando os benefícios ambientais, sociais e de governança para garantir o apoio financeiro.

Em suma, o GAR e os critérios ESG são essenciais para as PME que procuram financiamento sustentável. Ao alinhar-se com estes critérios, as empresas melhoram a sua competitividade e aumentam as hipóteses de obter condições vantajosas de financiamento. O futuro da Economia passa por uma transição verde e as PME que se adaptarem a este novo paradigma estarão mais bem posicionadas para prosperar.

 

Mais informações:

Banco de Portugal – Agir pela sustentabilidade: https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/pdf-boletim/agir_pela_sustentabilidade.pdf
CGD – Financiamento Sustentável: https://www.cgd.pt/Investor-Relations/Emissao-Divida/Prospetos/Pages/Financiamento-Sustentavel.aspx
IAPMEI – Financiamento Verde: https://www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Industria-e-Sustentabilidade/Sustentabilidade/ESG-e-Financas-Sustentaveis/Financiamento-Verde.aspx

 

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