Inteligência Artificial: o futuro começou ontem

 

Muito se fala de Inteligência Artificial. Está na ordem do dia: nas notícias, nos eventos de negócios, nas reuniões de estratégia e até nas conversas de café.

A Inteligência Artificial já não é coisa do futuro. É realidade. As grandes empresas estão a liderar a adoção de soluções avançadas, como a automatização de processos ou o atendimento por chatbots, e as PME não podem (nem devem) ficar de fora. Ignorar esta “revolução” é quase como ter recusado o e-mail nos anos 90. Um erro que, mais cedo ou mais tarde, terá as suas consequências.

É compreensível que, com todo este entusiasmo, venha o receio. Muitas empresas funcionam com equipas reduzidas, orçamentos controlados e pouco tempo para arriscar em ferramentas complexas. Mas a boa notícia é que começar pequeno é possível e pode ser, aliás, a melhor estratégia.

Preparar uma PME para a Inteligência Artificial não exige, pelo menos para já, um departamento de inovação. Exige, antes de mais, uma mudança de mentalidade. É preciso cultivar uma cultura de aprendizagem contínua, investir na literacia digital da equipa e perceber onde é que a Inteligência Artificial pode trazer valor: gestão de stocks? Previsão de vendas? Criação de conteúdos para redes sociais?

Existem inúmeras plataformas acessíveis – como o ChatGPT, o Copilot da Microsoft ou sistemas de CRM com inteligência integrada – que permitem automatizar tarefas repetitivas e libertar tempo para o que realmente importa: pensar estrategicamente, criar valor e servir melhor o cliente.

Mas atenção: preparar a casa é essencial. A Inteligência Artificial aprende com dados e, se os nossos estiverem mal estruturados, desatualizados ou fragmentados, não haverá algoritmo milagroso que nos salve. Ou seja, é crucial garantir que os dados da empresa estão organizados, atualizados e facilmente acessíveis.

Por outro lado, é importante lembrar que a tecnologia não tem empatia, emoções, criatividade contextual ou sentido de missão. Algo que, felizmente, continua a ser património exclusivamente humano. Isto é: a Inteligência Artificial não substitui pessoas, potencia-as.

Nas PME, onde o fator humano é muitas vezes o principal diferencial competitivo, a Inteligência Artificial deve ser vista como um braço direito, não como uma ameaça. Despreocupe-se e, em vez de questionar se a sua PME precisa ou não “disto”, pergunte: “de que forma é que isto nos pode ajudar a fazer melhor o que já fazemos bem?”. O segredo está em alinhar a tecnologia com os valores e com os objetivos da empresa.

Preparar as PME para a Inteligência Artificial é, no fundo, prepará-las para continuarem a ser relevantes num mundo que muda cada vez mais depressa. E isso começa com um passo simples: querer saber mais, manter-se informado e não ter medo de experimentar.

 

Quer saber mais?

McKinsey – “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value

OCDE – “The Adoption of Artificial Intelligence in Firms

Harvard Business Review – “If Your Data Is Bad, Your Machine Learning Tools Are Useless”, Thomas C. Redman, 2 abr. 2018

 

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